quinta-feira, 9 de junho de 2016

Em vez de remédios, corrida - Lorena Jardim - Ultramaratonista

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Há cinco anos, mergulhada em um quadro severo de depressão crônica, a contadora cearense Lorena Apoliana Jardim de Souza, 43 anos, ouviu do médico que precisava incluir alguma atividade física na rotina se quisesse se livrar da ansiedade, das oscilações de humor e da falta de vitalidade. “Era uma pessoa negativa, explodia por qualquer coisa e me isolava em meu mundo”, lembra.
Consumidora de antidepressivos pesados, sedentária havia 20 anos e 10 kg acima do peso, ela não teve saída. Mesmo desanimada, começou a fazer caminhadas com um grupo de colegas de trabalho. O efeito foi praticamente imediato. Dois meses depois, completou a primeira corrida de 4K. Em seguida, estreou nos 10 km, na meia maratona (com 2h09min) e, apenas um ano após correr pela primeira vez, Lorena cruzou a linha de chegada da Maratona Internacional de São Paulo em 4h35min. “Até então, não sabia que existiam outras corridas de rua além da São Silvestre”, recorda, aos risos.


Correndo e aprendendo

Desde que aderiu à corrida, Lorena enfrentou demissão, fim de relacionamento, lesão, falta de grana. Em 2013, chegou a ficar vários dias de cama e emagrecer 5 kg a poucas semanas de uma competição importante, sua primeira ultramaratona – 75 km da Bertioga Maresias, no litoral norte de São Paulo. Ainda assim, foi campeã entre as mulheres e terminou na oitava posição na classificação geral. Foi aí que percebeu que o que gosta mesmo é de desafios. “Hoje, me inscrevo em competições de 21 K para cima, de preferência em montanha, trilha, ladeira”, diz.
“CORRER ME TROUXE FOCO PARA LIDAR COM 
AS FRUSTRAÇÕES E AMIGOS PARA A VIDA INTEIRA"  
Uma nova mulher

Com o aprendizado das pistas, Lorena deu a volta por cima e garante: agora sabe lidar com as frustrações e ter foco para encontrar soluções sem se desesperar. Livre dos antidepressivos, conta com o esporte, a acupuntura e o carinho dos amigos que fez pelo caminho para superar adversidades e reforçar a autoestima. E tem um conselho para quem passar por algo parecido. “Quando se sentir desencorajada, triste, sem perspectivas, tente focar naquilo que ajuda a renovar suas forças – no meu caso foi a corrida.”
Ela, aliás, virou a maior incentivadora do esporte. Tanto que já tem planos para o neto, de pouco mais de 2 anos: inscrevê-lo em uma corrida de rua para crianças em Fortaleza, onde vive. “Os pequenininhos vão engatinhando, cada um no próprio ritmo. O objetivo é estimulá-los a tomar gosto pelo esporte, que tem um poder transformador”, diz, com conhecimento de causa.
 









fonte: http://www.suacorrida.com.br/sua-historia-wrun/em-vez-de-remedios-corrida/

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