quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Tipos de PIPOCAS (Corredores)


Quem corre de pipoca sempre tem uma desculpa, algumas mais aceitáveis, outras menos. A questão do uso do espaço público será sempre polêmica, mas nenhum pretexto justifica aproveitar-se da estrutura oferecida pela organização da corrida aos participantes inscritos em uma corrida. Descrevemos aqui alguns tipos de pipocas, valendo-nos do bom-humor para tratar de uma questão séria. E esperamos que você não se identifique com nenhum deles, — ou, no máximo, com os dois primeiros.

O “de passagem”

É o tipo mais inocente de pipoca, perdoável, aceitável até. É aquele sujeito que, durante o treino dominical, descobre que uma corrida está acontecendo por perto de seu trajeto de todos os domingos. Em busca de companhia e/ou motivação, ele segue por alguns quilômetros com os corredores inscritos. Não quer medalha, não quer kit, não quer cruzar a chegada. No máximo, um copinho de água antes de seguir seu caminho.

O “carona”

É uma pessoa que começa com boa intenção, mas acaba pisando na bola. Apesar da turma toda ter se inscrito para determinada prova, ele não quis ou não pôde, mas se escala para ser o motorista no dia da corrida. Só que, chegando lá, dá aquela vontade de correr também — e, curiosamente, está devidamente uniformizado, camiseta, shorts e tênis… — e o “chofer” resolve participar também, achando que tem direito, afinal, “pô, fui eu quem levou todo mundo pra prova…”.

O “fila-boia”

Essa espécie sofre de larica crônica. Entra nas corridas despreocupado com desempenho e só consegue se divertir se beber bastante Gatorade e comer muita fruta (se tiver gel, então, enche a mão e pega quantos puder!). Apesar de não estar inscrito, chega a reclamar de algumas corridas (“só tem água nessa porcaria!”…). Seu momento de glória é quando consegue cruzar a linha de chegada, adentrar o espaço pós-prova e, além de receber a sacolinha com sanduíches, brindes dos patrocinadores e outras delícias, pode comer e beber à vontade nas barracas.

O “turista”

Daqui pra frente, só caras-de-pau Prêmio Óleo de Peroba! O “turista”, por exemplo, reclama do preço das inscrições para justificar sua “pipoquice”, mas não pensa duas vezes antes de tirar o carro da garagem, encher o tanque, eventualmente pagar alguns pedágios para ir correr uma prova em outra cidade — na pipoca. Na volta, almoça em restaurante na beira da estrada e talvez até leve um belo queijo para casa. Só não tinha dinheiro, mesmo, para se inscrever na corrida…

O “Mutley”

Para ele, vale qualquer artimanha para pegar uma medalha de concluinte (exceto, é claro, se inscrever na corrida). Os malfeitos do pipoca Mutley são percebidos perto da linha de chegada, porque é apenas o que o separa do seu grande objeto de desejo: “medalha, medalha, medalha”. Chegando ali, ele tira a camisa para disfarçar que não tem número de peito, diz que perdeu no caminho… Se bobear, é capaz de chegar correndo de costas — e assobiando, que é para ninguém desconfiar.

O “Dick Vigarista”

De todos os tipos de pipocas, este é o mais ardiloso. Ele não quer correr junto, ele não quer participar da festa, ele não quer kit de alimentação, ele não quer medalha, ele não quer camiseta de finisher… Ele quer tudo isso e o que mais for oferecido aos participantes! Mas sem se inscrever na corrida. Para conseguir, este bandido (que é como os norte-americanos se referem aos pipocas, bandit runners) é capaz de qualquer coisa. Inclusive, imprimir números de peito iguaizinhos aos oficiais, ou correr com números de outras provas, o que deixa claro sua intenção criminosa. Fique longe deles, boa influência eles não são.


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1 comentário:

  1. Só lembrando que comprar CDS piratas, DVDs piratas, sftwares piratas é a mesma coisa de correr na pipoca.

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